Quando a vida corre mal
Em cima do morro onde, outrora, te beijei
mostro, agora, ao mundo as feridas do nosso grande amor.
E de entre as razões porque te deixei
estão as profundas chagas e a imensa dor.
Agora que a consciência se despede
e que o meu corpo, sofrido, mente.
Uma força extrema, que me excede,
chama o teu corpo esbelto e ardente.
É quando a vida corre mal em todos os sentidos
que começamos a ouvir a voz da consciência.
Quando lembramos os conselhos que não foram seguidos
e questionamos a nossa inteligência.
Por isso pergunto a mim mesmo porque razão
o meu pobre ego, humilhado por ti,
ainda te deseja cegamente,
apesar de lembrar o muito que sofri.
Talvez seja pelo terrível sabor da vingança,
que eu tardo em saborear.
No entanto tenho esperança
que o doce sabor da vitória ainda há-de chegar.
Luís